Enquanto a guerra não chega
A atualidade irrevogável de O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati
Até Tronk, talvez. Tronk seguia os itens do regulamento, a disciplina matemática, o orgulho da responsabilidade escrupulosa, e se iludia imaginando que aquilo lhe bastava. Mas, se lhe tivessem dito: será sempre assim enquanto viver, tudo igual até o fim, também ele teria acordado. Impossível, teria dito. Alguma coisa de diferente ainda deverá acontecer, alguma coisa de realmente digno, de que se possa dizer: agora, mesmo que tenha acabado, paciência1.

Em 5 de fevereiro de 2012, acordei antes do despertador tocar. Estava no hotel Carandá, dividindo quarto com a minha mãe, que ainda dormia, a poucos metros do portão da Escola Preparatória de Cadetes-do-Ar, pelo qual eu entraria em poucas horas para, só depois de três anos, sair formado. Fui ao banheiro e me vi no espelho: magro, de cabeça raspada, tirei com a gilete a penugem que se formava no meu rosto. Vesti a camiseta branca, a calça jeans, o tênis branco. O uniforme do estagiário. Era o dia cuja chegada eu ansiava, era o dia que consumaria o meu esforço e o meu sonho. Era o dia, enfim. E, ainda que fosse o dia, enfim, não parecia ser. Parecia ser um dia comum. Meu coração batia descompassado. Não soube, naquele momento, precisar o que eu sentia. A vida estava para mudar, isso é certo, e eu temi, até que a minha mãe acordou e eu afastei o temor. Descemos para o café da manhã.
Muitos anos se passaram desde então — treze, treze anos, uma porção inteira de vida —, mas ao ler os primeiros parágrafos de O Deserto dos Tártaros, senti fisicamente a presença daquele quarto de hotel, transmutada em mim pela lembrança dos sentimentos incompreendidos que ali se manifestaram.
O Deserto dos Tártaros narra a história de Giovanni Drogo, um oficial recém-formado de um país não nomeado, que recebe a sua primeira designação (e, descobrimos mais tarde, a única e a última) para o Forte Bastiani, posto de serviço militar fronteiriço fadado a irrelevância até o seu absoluto desaparecimento. A narrativa começa com a partida de Drogo ao Forte, a consumação do esforço e do sonho — o destino da árdua jornada da formação do jovem oficial. Nomeado oficial, Giovanni Drogo deixou a cidade numa manhã de setembro para alcançar op forte Bastiani, seu primeiro destino. Mas o que lhe faltava? Por que não sentia animação, excitação, glória? Por que não vibrava? Por que não regozijava?
Pediu que o acordassem ainda de noite e vestiu pela primeira vez o uniforme de tenete, segue o segundo parágrafo do livro. Quando terminou, olhou-se no espelho, à luz de um lampião de queresone, mas sem sentir a alegria que imaginava.
Drogo havia conquistado a patente de tenente, o treinamento acabara, a vida, enfim, começara. O primeiro dia do resto da sua vida. Ainda assim, parecia-se muito com o dia anterior. Meu 5 de fevereiro de 2012 pareceu muito com o dia 4, com exceção da ansiedade crescente: era aquele o dia esperado havia anos, o começo de sua verdadeira vida. A verdadeira vida, em contraponto aos atos preparatórios dos quais tomamos parte anteriormente. Vivemos assim, sempre preparando a próxima conquista, que, então, gloriosamente, a tudo imporá seu sentido. Tudo se justificará, quando chegarmos ao fim da caminhada. Tudo se justificará, tudo se explicará. Lembro de, menino, ter certeza de que bastaria chegar na vida adulta para encontrar todas as respostas para o sem-fim de perguntas que me atormentavam. Queria crescer só para poder responder minhas próprias dúvidas.
Cresci.
As dúvidas se renovaram, transformaram-se em outras. Não chegou, com a vida adulta, a compreensão súbita. Quão pouco eu sabia, quão pouco eu sei. A verdadeira vida está sempre na próxima esquina. Da próxima esquina. Da próxima esquina.
Ou está aqui, agora, talvez? Ou está aqui, agora, talvez. Eu sentia a mudança se aproximar no dia 5 de fevereiro de 2012. Eu sentia que uma nova vida estava porvir, mas eu não sentia a vida anterior se dissipar. Era um encontro de forças, uma colisão constante e renovada a cada instante. O futuro e o passado se arrebentando no presente. Que coisa sem sentido, devo ter pensado. Diz o narrador em O Deserto dos Tártaros:
Que coisa sem sentido: por que não conseguia sorrir com a necessária despreocupação enquanto se despedia da mãe? Por que nem mesmo prestava atenção às suas últimas recomendações e mal conseguia perceber o som daquela voz, tão familiar e humana? Por que vagava pelo quarto com um nervosismo que não levava a nada, sem conseguir achar o relógio, o chicote, o quepe, que, no entanto, se encontravam no lugar de sempre? Não estava certamente indo para a guerra! Dezenas de tenentes como ele, seus velhos companheiros, deixavam àquela mesma hora a casa paterna entre alegres risadas, como se estivessem indo a uma festa. Por que não lhe saíam da boca senão frases genéricas, vazias de sentido, dirigidas à mãe, em vez de palavras afetuosas e tranquilizadoras? A amargura de deixar pela primeira vez a velha casa, onde nascera para a esperança, os temores que traz consigo qualquer mudança, a comocação de despedir-se da mãe enchiam-lhe a alma, mas sobre tudo isso pesava um insistente pensamento, que não conseguia identificar, como um cago pressentimento de coisas fatais, como se estivesse para iniciar uma viagem sem retorno.2
Vez ou outra, a ficção faz isso: se revela para nós como se fosse nossa, mesmo, vinda de outro tempo, de outro espaço, para florescer conosco. Buzzati, italiano, publicou O Deserto dos Tártaros em 1940, setenta e dois anos anos de eu acordar naquela manhã de 5 de fevereiro de 2012 no hotel Carandá, em Barbacena, Minas Gerais. Entre nós, o oceano, o tempo, a imensidão completa. Entre nós, um laço definitivo guiado pela produção de sentido da linguagem literária.
Naquela manhã, eu tentava me consolar sabendo que eu não estava sozinho: meus futuros companheiros de esquadrão, mais de 180 adolescentes, também acordavam e se preparavam para o início do período de adatapção. Também se despediam das mães, pais, irmãs, irmãos, namoradas, namorados, o que quer que fosse que lhes desse uma noção de pertencimento. Mesmo sabendo disso, mesmo formulando esse pensamento em minha mente, eu não me consolava. Era em vão.
Talvez por isso a gente recorra à ficção. Talvez certos vazios exijam outros vazios para serem preenchidos, o vazio do Outro, cheios de significado em si. Divago. Voltemos ao livro.
Drogo viaja a cavalo até o Forte, sofre para encontrá-lo, ninguém parece conhecer o lugar. Enfim avista um oficial, mais antigo que ele e que não lhe causa boa impressão, e consegue localizar o seu destino. Chega no forte decidido a sair: não quer ficar ali, longe de tudo e de todos, de jeito nenhum. As paredes do forte, seu isolamento, sua aparência, tudo lhe causa temor. Quer voltar para a cidade, um posto melhor, mais adequado ao seu valor, a sua estatura. Está lá por engano, diz ele para o major, a quem pede para interceder em seu favor e mandá-lo para outro lugar. O major se compadece, mas diz que seria melhor esperar quatro meses, passar pelo médico, conseguir uma dispensa, seguir as formalidades. Assim, todos ficam felizes — o Comando, essa entidade abstrata e superior, e o próprio tenente, que conseguirá ir para o lugar onde deve estar. Que lugar é esse? Qualquer lugar, que não o Forte Bastiani.
Mas há um presságio informado a Drogo pelos demais militares do Forte: de repente, vê-se incapaz de ir embora. Drogo rejeita o prenúncio, mas é alertado que todos são assim. Uns poucos conseguem, mesmo, cumprir o desígnio de partirem. Outros, de repente lá estão a vida toda, como o subalterno sargento-mor Tronk, que conhece os regulamentos como conhece a si próprio, que sabe cada linha da lei militar, que tem o Forte como uma extensão de si mesmo: Tronk estava no forte havia 22 anos, e agora já não saía mais dali, sequer nos períodos de licença. Ninguém conhecia como ele cada canto da fortificação; amiúde os oficiais o encontravam de noite a perambular ao redor, inspecionando na escuridão mais negra, sem luz nenhuma.3
E como não poderia deixar de ser, ao fim dos quatro meses, quando Drogo se põe diante do médico, decide, no último instante, ficar. Não sabe por qual razão, mas sente que deve permanecer ali, no Forte Bastiani, que há algo para ele entre aquelas paredes, no meio do nada, perto do nada. O Forte em que nada acontece. A neurose obsessiva, que parece circular pelo ar do forte, alcança o tenente Drogo em sua estratégia típica, como descreve Zizek: ele é freneticamente ativo para evitar que a coisa real aconteça.4
E nada acontece, apenas a promessa da guerra gloriosa. É assim que o tempo passa no Forte, ano após ano. Cada oficial se convence de que está ali por um motivo, que sua presença será fundamental na guerra da qual o Forte Bastiani será protagonista. Olham o horizonte com suas lunetas e tem a certeza de enxergar o movimento do inimigo que se aproxima. A qualquer momento, agora. A qualquer momento.
Ano após ano, a partida fica mais difícil, até se tornar impossível. Um soldado atira no outro por engano, quando este vai buscar um cavalo perdido que achou ser o seu, enquanto os demais acharam ser do inimigo. Um oficial, tenente Angustina, morre de frio em uma expedição sem sentido, levada a cabo apenas para que o Forte Bastiani provasse o seu valor, e todos invejam o jovem morto, que, no fim das contas, morreu nas glórias do exercício da missão.
Tudo se dá assim: dia após dia, cumpre-se o serviço e as ordens do comando. O regulamento deve ser observado, sob o olhar atento do sargento-mor Tronk. A guerra está a espreita, não se pode descuidar.
Não há ambiente mais frutífero para a burocracia estatal irracional do que uma organização militar. Sob os pilares da hierarquia e da disciplina, a antiguidade se soma aos regulamentos e, numa espécie de the good book is good because the good book said that the good book is good5, toda ação, atividade e ordem é retroalimentada e confirmada em si mesma. Fé e ciência se confundem na rotina militar: Deus fala por meio da voz de comando, seus desígnios explícitos no texto de cada regulamento — de uniforme, de continência, de padrão de conduta.
Já escrevi, antes, sobre o fatídico episódio da máquina de escrever da Academia da Força Aérea. Recapitulando: eu havia pedido desligamento da Aeronáutica ao chegar na AFA, após a formatura da EPCAr. Feitos os procedimentos de desimpedimento de ficha — o procedimento burocrático por meio do qual você, setor por setor, demonstra não ter nenhuma pendência com a Força —, restava a minha reservista, a certidão que me declarava livre do serviço militar ativo. Porém, essa reservista, na AFA, era feita em uma máquina de escrever, cuja tinta havia acabado, e cujo fornecedor havia falido, e levaria alguns meses até o processo de aquisição da tinta fosse concluído. Até lá, sem reservista. O que é apenas um empecilho formal, pois basta publicar no Diário Oficial e está feito, o documento se pega depois. Não para o capitão de infantaria adjunto do meu comando. Não, não, o regulamento não permite, cadete! Tem que desimpedir a ficha inteira, olha aqui, precisa da assinatura da mobilizadora, e como vai assinar sem a carteira de reservista? O senhor terá que esperar aqui, na AFA, até a tinta chegar. Esperar ali, na AFA, num quarto, até a tinta chegar.
Pois é.
No fim das contas, o major, que era o comandante do esquadrão, intercedeu e no dia seguinte eu fui embora para casa. Uma rara vitória do bom senso.
E essa é uma situação que se repete por toda a estrutura militar — no Brasil, no Deserto dos Tártaros. Após alguns anos no forte, Drogo está de licença na cidade e vai até o comando falar com o General, agora realmente decidido a ser transferido para outro lugar, depois de tudo o que tinha acontecido no Forte — a morte de Angustina, a guerra que se anunciava, sem nunca se aproximar. E perante o General ele descobriu que havia sido engolido pela burocracia: o contingente do Forte estava sendo reduzido, veja bem, ordem do Comando, só ficará o pessoal essencial, mas por isso quem queria sair já deveria ter deixado isso consignado, veja bem, e agora a lista está completa. Drogo ficou surpreso: não sabia de nada daquilo. O General esclareceu: a situação foi definida quando ele havia saído de licença, ele já não estava no Forte, e agora não tinha mais o que fazer. Seu nome não estava na lista, simples assim, e se o seu nome não está na lista, o que pode ser feito?
The good book is good because the good book said that the good book is good.
Resta a Drogo retornar ao seu posto, aguardar a chegada da guerra, reinvindicar o seu naco de glória na História — na personificação de les non-dupes errent6, o Forte mantém sua rotina firme pela vista do horizonte, em que a estrada do inimigo se anuncia. É nesse simbolismo da guerra vindoura, que tudo controla, que a vida se organiza sem nunca ir nem para frente, nem para trás — o tempo absolutamente estático.
Quando Drogo volta para casa, já não reconhece mais nada. A mãe morre, os irmãos partem, a amada do passado se torna desconhecida. O tempo do Forte e o tempo da vida real se dissociaram por completo. Toda a estrutura de ficção que sustenta a realidade de Drogo está atrelada ao Forte Bastiani, a nas fraturas desses tempos a vida se esgarça.
O tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com a sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. “Pare, pare!”, se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.7
E o Senhor deste Tempo único, exclusivo, fantasmagórico, é a figura da Guerra mítica, a promessa da consecução dos objetivos de todo militar — ir ao campo de batalha, morrer pela pátria. A Guerra, em O Deserto dos Tártaros, atua como O grande Outro, que é definido por Fisher em Realismo Capitalista a partir da leitura de Zizek que faz a leitura de Lacan, como a ficção coletiva, a estrutura simbólica pressuposta em todo campo social. O grande Outro nunca é encontrado diretamente: nos encontramos apenas com seus representantes8. Esta é a Guerra, este é o grande Outro: o pressuposto subjetivo de toda relação simbólica, inacessível diretamente, mas ao qual e pelo qual tudo se orienta. É o grande Outro que estrutura o desejo descentrado, o desejo de cada militar é o desejo da Guerra.
Esta estrutura simbólica se faz presente na rotina militar: na EPCAr, era comum ouvir que quem não faz no pouco, não faz no muito, e que aquele que deixa a barba grande não pode ter a si confiado o comando de um avião. Quem deixa o sapato sem engraxar revela um desvio mais grave de caráter, que levará, inevitavelmente, a ruína do Brasil no combate. Não pondera, diz o mais antigo ao mais moderno, para garantir a autoridade de sua palavra, que, ao mesmo tempo, revela a natuza opressiva da estrutura militar de hierarquia e disciplina e como tal estrutura incentiva a atuação perversa, por meio da qual o sujeito incorpora em si, na sua patente, na sua antiguidade, a vontade do próprio grande Outro: eu não falo por mim, mas pela Lei9.
E quando a Guerra, enfim, aproxima-se? E quando a promessa se materializa? O que fazemos quando nos deparamos, finalmente, com nosso desejo? Quando o objeto do nosso desejo se põe diante de nós? O que fazemos ao alcançar o destino? O que fazer quando o objeto a está ao alcance de nossas mãos?
O que fazer quando a vida, a verdadeira vida, revela-se de uma vez por todas?
Em O Deserto dos Tártaros, não podemos saber. A promessa vista pela luneta parece se concretizar: o inimigo está, realmente, chegando. A mobilização começa. Os soldados são colocados em atenção. Reforços são convocados. O Comando reconhece a ameaça. O Forte Bastiani terá seu dia de glória.
Mas não para Drogo.
Giovanni Drogo, na iminência da guerra, vê-se doente e de cama. Seu corpo padece. Não aguenta ficar de pé. Implora para permanecer no Forte, mas é mandado embora pelo oficial que considerou, por muito tempo, um amigo. Sente-se traído. Quando sua neurose obsessiva vai ser recompensada, é mandado para morrer distante, num leito.
É assim que termina O Deserto dos Tártaros: com a morte a espreita, Drogo sente a chegada da liberdade. Não precisa mais esperar. Não precisa mais sofrer. Provaria seu valor na morte, como Angustina, que encontrou a glória no frio do deserto. Abandonado pelo grande Outro, abandonado por Deus, Giovanni endireita um pouco o peito, ajeita com a mão o colete do uniforme, olha ainda pela janela, um brevíssimo olhar para a sua última porção de estrelas. Em seguida, no escuro, embora ninguém o veja, sorri10.
Nenhum pardal cai ao chão sem o consentimento de Deus, que tudo vê, como escreve Mateus em 10:29-31, mas Drogo parte sozinho. A sua guerra, agora percebemos, há muito chegou, mas nela não há vitória possível. Apenas se pode viver, todos os dias, a verdadeira vida.
O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati, p. 45. Nova Fronteira, 2020.
Id. pp. 7-8.
Id. p. 32.
The Good Book, Tim Minchin.
É esse paradoxo que Lacan tem em vista com seus les non-dupes errent (os não tolos erram): aqueles que não se deixam apanhar na ficção simbólica, que continuam a acreditar em seus próprios olhos, são os que mais se enganam. O que o cínico que acredita apenas em seus olhos não percebe é a eficiência da ficção simbólica, o modo como essa ficção estrutura nossa realidade. Como Ler Lacan, pp. 45-46.
O Deserto, p. 155.
Realismo Capitalista, Mark Fisher, p. 78. Autonomia Literária, 2020.
Isto nos leva de volta à perversão. Para Lacan, um perverso não é definido pelo conteúdo do que está fazendo (suas práticas sexuais estranhas). A perversão, fundamentalmente, reside na estrutura formal de como o perverso se relaciona com a verdade e a fala. O perverso reivindica acesso direto a algumas figuras do grande Outro (que vai de Deus ou da história ao desejo de seu parceiro), de modo que, dissipando todas as ambiguidades da linguagem, ele seja capaz de agir diretamente como o instrumento da vontade do grande Outro. Como Ler Lacan, p. 142.
O Deserto, p. 171.
Porra, terei que revisitar esse livro agora. Não que eu não me lembre da história, mas o texto me lembrou que, para além do que acontece (ou não acontece), existem passagens belíssimas.